Mortalidade e incapacidade por doenças relacionadas à exposição ao tabaco no Brasil, 1990 a 2015

Data de publicação

Maio de 2017

Periódico

Revista Brasileira de Epidemiologia

Resumo

Introdução – A epidemia global do tabaco já assumiu proporções de pandemia, com cerca de 1,3 bilhão de usuários e 6 milhões de mortes anuais.

Objetivo – Este trabalho teve como objetivo analisar as tendências de mortalidade por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e câncer de pulmão, lábios, cavidade oral, faringe e esôfago, no Brasil, entre 1990 e 2015.

Métodos – O estudo foi viabilizado mediante parceria entre o Instituto Métricas e Avaliação em Saúde (IHME), da Universidade de Washington, Ministério da Saúde e o grupo técnico GBD Brasil, utilizando análise de estimativas do estudo Carga Global de Doenças 2015.

Resultados – As taxas de mortalidade por DPOC caíram, já que, em 1990, foi de 64,5/100.000 habitantes e, em 2015, 44,5, queda de 31%. Para os vários tipos de câncer relacionados ao tabaco, a queda foi em menor proporção do que a verificada para DPOC. A mortalidade por câncer de pulmão permaneceu estável, com taxa de 18,7/100.000 habitantes, em 1990, e 18,3/100.000 habitantes, em 2015. Entre as mulheres, observa-se curva ascendente, com aumento de 20,7%.

Discussão – O estudo aponta o tabaco como fator de risco para mortalidade prematura e incapacidades por DPOC e câncer. A importante redução da prevalência do tabaco nas últimas décadas poderia explicar reduções nas tendências de doenças relacionadas com o tabaco. A maior mortalidade por câncer de pulmão em mulheres pode expressar o aumento tardio do tabagismo nesse sexo.

Conclusão – Ações nacionais nas últimas décadas têm tido grande efeito na diminuição da mortalidade de doenças relacionadas ao tabaco, mas ainda há grandes desafios, principalmente quando se trata de mulheres e jovens.

DOI/link

https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050007

Autoria

Vínculo institucional

Lattes

Orcid

Bruno Piassi de São José

Faculdade de Medicina do Programa de Pós-Graduação de Infectologia e Medicina Tropical da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Ricardo de Amorim Corrêa

Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina do Programa de Pós-Graduação de Infectologia e Medicina Tropical da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Deborah Carvalho Malta

Departamento de Enfermagem Materno-Infantil, Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Valéria Maria de Azeredo Passos

Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina do Programa de Pós-Graduação de Infectologia e Medicina Tropical da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Elisabeth Barboza França

Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Renato Azeredo Teixeira

Grupo de Pesquisa em Epidemiologia e Avaliação de Serviços da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Paulo Augusto Moreira Camargos

Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

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