Data de publicação
Maio de 2017
Periódico
Revista Brasileira de Epidemiologia
Resumo
Objetivo – Analisar as variações e os diferenciais da mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV) no Brasil e em seus estados, em 1990 e 2015.
Métodos – Foram utilizados os dados de mortalidade compilados pelo Global Burden of Disease (GBD) 2015, obtidos da base de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Foram realizadas a correção do sub-registro de óbitos e a reclassificação dos códigos garbage por meio de algoritmos específicos. As causas cardiovasculares foram subdivididas em 10 causas específicas. As taxas de mortalidade – dos anos 1990 e 2015 – foram padronizadas pela idade, de acordo com o sexo e o estado brasileiro.
Resultados – A taxa de mortalidade por DCV padronizada por idade caiu de 429,5 (1990) para 256,0 (2015) a cada 100 mil habitantes (40,4%). A redução proporcional foi semelhante em ambos os sexos, mas as taxas em homens são substancialmente mais altas do que nas mulheres. A redução da taxa padronizada por idade foi mais acentuada para a doença cardíaca reumática (44,5%), cardiopatia isquêmica (43,9%) e doença cerebrovascular (46,0%). A queda na mortalidade diferiu marcadamente entre os estados, sendo mais acentuada nos estados das regiões Sudeste e Sul do país e no Distrito Federal, e atenuada nos estados do Norte e Nordeste.
Conclusão – A mortalidade por DCV padronizada por idade reduziu no Brasil nas últimas décadas, porém de forma heterogênea entre os estados e para diferentes causas específicas. Considerando a magnitude da carga de doença e o envelhecimento da população brasileira, as políticas de enfrentamento das DCV devem ser priorizadas.
DOI/link
https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050010
Autoria
Vínculo institucional
Lattes
Orcid
Luisa Campos Caldeira Brant
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil; Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil
Bruno Ramos Nascimento
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil; Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil
Valéria Maria Azeredo Passos
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil; Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Bruce Bartholow Duncan
Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre (RS), Brasil
Isabela Judith Martins Bensenõr
Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica, Hospital Universitário, Universidade de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil.
Deborah Carvalho Malta
Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil
Maria de Fatima Marinho de Souza
Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde, Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil.
Lenice Harumi Ishitani
Gerência de Regulação, Epidemiologia e Informação/Gerência de Saúde Centro-Sul, Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Elizabeth França
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Mateus S. Oliveira
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Meghan Mooney
Institute for Health Metrics and Evaluation, University of Washington – Seattle (WA), Estados Unidos
Mohsen Naghavi
Institute for Health Metrics and Evaluation, University of Washington – Seattle (WA), Estados Unidos
Gregory Roth
Institute for Health Metrics and Evaluation, University of Washington – Seattle (WA), Estados Unidos
Antonio Luiz Pinho Ribeiro
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil; Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil