Data de publicação
Maio de 2017
Periódico
Revista Brasileira de Epidemiologia
Resumo
Objetivo – Analisar as taxas de mortalidade e as principais causas de morte na infância no Brasil e estados, entre 1990 e 2015, utilizando estimativas do estudo Carga Global de Doença (Global Burden of Disease – GBD) 2015.
Métodos – As fontes de dados foram óbitos e nascimentos estimados com base nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), censos e pesquisas. Foram calculadas proporções e taxas por mil nascidos vivos (NV) para o total de óbitos e as principais causas de morte na infância.
Resultados – O número estimado de óbitos para menores de 5 anos, no Brasil, foi de 191.505, em 1990, e 51.226, em 2015, sendo cerca de 90% mortes infantis. A taxa de mortalidade na infância no Brasil sofreu redução de 67,6%, entre 1990 e 2015, cumprindo a meta estabelecida nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). A redução total das taxas foi, em geral, acima de 60% nos estados, sendo maior na região Nordeste. A disparidade entre as regiões foi reduzida, sendo que a razão entre o estado com a maior e a menor taxa diminuiu de 4,9, em 1990, para 2,3, em 2015. A prematuridade, apesar de queda de 72% nas taxas, figurou como a principal causa de óbito em ambos os anos, seguida da doença diarreica, em 1990, e das anomalias congênitas, da asfixia no parto e da sepse neonatal, em 2015.
Conclusão – A queda nas taxas de mortalidade na infância representa um importante ganho no período, com redução de disparidades geográficas. As causas relacionadas ao cuidado em saúde na gestação, no parto e no nascimento figuram como as principais em 2015, em conjunto com as anomalias congênitas. Políticas públicas intersetoriais e de saúde específicas devem ser aprimoradas.
DOI/link
https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050005
Autoria
Vínculo institucional
Lattes
Orcid
Elisabeth Barboza França
Programa de Pós-graduação em Saúde Pública, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Sônia Lansky
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte – Belo Horizonte (MG), Brasil
Maria Albertina Santiago Rego
Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Deborah Carvalho Malta
Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Julia Santiago França
Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília – Brasília (DF), Brasil
Renato Teixeira
Programa de Pós-graduação em Saúde Pública, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Denise Porto
Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde, Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil.
Marcia Furquim de Almeida
Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil.
Maria de Fatima Marinho de Souza
Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília – Brasília (DF), Brasil.
Célia Landman Szwarcwald
Fundação Oswaldo Cruz – Rio de Janeiro (RJ), Brasil
Meghan Mooney
Institute for Health Metrics and Evaluation, University of Washington – Seattle (WA), Estados Unidos
Mohsen Naghavi
Institute for Health Metrics and Evaluation, University of Washington – Seattle (WA), Estados Unidos
Ana Maria Nogales Vasconcelos
Departamento de Estatística, Universidade de Brasília – Brasília (DF), Brasil