Mortalidade por HIV/Aids no Brasil, 2000-2015: motivos para preocupação?

Data de publicação

Maio de 2017

Periódico

Revista Brasileira de Epidemiologia

Resumo

Introdução e objetivo – Estudos de mortalidade são fundamentais no monitoramento da epidemia de HIV/Aids. Qualidade e completude dos dados do sistema de informação de mortalidade (SIM) requerem abordagens complementares.

Métodos – Foram utilizadas duas fontes de dados para avaliação das tendências de mortalidade por HIV/Aids no Brasil entre 2000 e 2014/15: a) dados do SIM publicados pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais; e b) estudos de carga de doença 2015 (GBD 2015). Foi conduzida a análise descritiva e realizada uma comparação das tendências de redução relativa dos coeficientes de mortalidade por 100 mil, padronizados por idade.

Resultados – A magnitude dos coeficientes de mortalidade estimados pelo GBD para o Brasil e estados foi maior do que a daqueles obtidos pelo SIM. A redução relativa foi maior para os dados gerados pelo SIM e houve mudança de ranking de acordo com os estados. Entre 2000 e 2014/15, houve aumento nos coeficientes de mortalidade para a maioria dos estados (78 e 88%, segundo o SIM e o GBD, respetivamente).

Conclusões – São preocupantes os dados sobre mortalidade por HIV/Aids no Brasil, independentemente do método utilizado. As diferenças de magnitude, redução relativa e ranking podem ser atribuídas a diferenças metodológicas, sendo o GBD mais abrangente e com maior capacidade de captar dados classificados incorretamente, não registrados ou não codificados como causa de óbito devido ao HIV/Aids. O estudo de fontes complementares e metodologias alternativas podem fornecer importantes subsídios para as políticas públicas de HIV/Aids no Brasil.

DOI/link

https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050015

Autoria

Vínculo institucional

Lattes

Orcid

Mark Drew Crosland Guimarães

Grupo de Pesquisas em Epidemiologia e Avaliação em Saúde, Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Mariângela Carneiro

Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Daisy Maria Xavier de Abreu

Grupo de Pesquisas em Epidemiologia e Avaliação em Saúde, Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Elisabeth Barboza França

Grupo de Pesquisas em Epidemiologia e Avaliação em Saúde, Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.