Doença cerebrovascular no Brasil de 1990 a 2015: Global Burden of Disease 2015

Data de publicação

Maio de 2017

Periódico

Revista Brasileira de Epidemiologia

Resumo

Objetivo – Verificar as tendências temporais das taxas de mortalidade, dos anos de vida perdidos (years of life lost – YLL) e dos anos de vida perdidos devido à incapacidade (years lost due to disability – YLD) motivadas pela doença cerebrovascular no Brasil entre 1990 e 2015.

Métodos – Utilizou-se as informações do Global Burden of Diseases 2015 (GBD 2015) para analisar a magnitude e as tendências das taxas de mortalidade e dos anos de vida ajustados por incapacidade (DALY – disability-adjusted life years) nas 27 unidades da Federação, entre 1990 e 2015, pela doença cerebrovascular (CID-10: I-60-69). Os estados brasileiros foram analisados pelo índice de desenvolvimento social (IDS), composto por renda per capita, proporção de escolaridade formal aos 15 anos e taxa de fecundidade.

Resultados – Apesar do aumento do número absoluto de mortes pela doença cerebrovascular, a proporção de mortes abaixo dos 70 anos de idade reduziu pela metade entre 1990 e 2015. A aceleração da queda foi maior entre as mulheres, e mais acentuada no período de 1990 e 2005 do que de 2005 a 2015. O risco de morte reduziu-se à metade em todo o país; porém, os estados no tercil inferior tiveram reduções menos expressivas para homens e mulheres (respectivamente, -1,23 e -1,84% ao ano), comparados aos no tercil médio (-1,94 e -2,22%) e no tercil superior (-2,85 e -2,82%). Os anos perdidos por incapacidade também apresentam redução entre os estados, mas de forma menos expressiva.

Conclusão – Apesar da redução das taxas ajustadas por idade em todo o país, a doença cerebrovascular ainda apresenta alta carga de doença, principalmente nos estados com menor desenvolvimento socioeconômico.

DOI/link

https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050011

Autoria

Vínculo institucional

Lattes

Orcid

Paulo Andrade Lotufo

Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica da Universidade de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil; Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil.

Alessandra Carvalho Goulart

Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica da Universidade de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil.

Valéria Maria de Azeredo Passos

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil; Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil

Fabio Mitsuhiro Satake

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Maria de Fátima Marinho de Souza

Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil.

Elizabeth Barbosa França

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Antônio Luiz Pinho Ribeiro

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Isabela Judith Martins Bensenõr

Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica da Universidade de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil; Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – São Paulo (SP), Brasil.