Data de publicação
2020
Periódico
Arquivo Brasileiro de Cardiologia
Resumo
Fundamentos – O Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) é de vital importância no monitoramento das tendências das doenças cardiovasculares (DCV), tendo por objetivo apoiar as políticas públicas.
Objetivo – Comparar séries históricas de mortalidade por DCV tendo como fonte de dados o SIM com e sem correção e o estudo Carga Global de Doenças (GBD) 2017 no Brasil no período de 2000 a 2017.
Métodos – Análise da mortalidade por DCV no Brasil entre 2000 e 2017 por meio de comparações de três estimativas de mortalidade por DCV: SIM Bruto, SIM Corrigido e GBD 2017. Foram utilizados os números absolutos e as taxas padronizadas por idade para comparação das estimativas para o Brasil e as unidades da federação.
Resultados – No SIM, o total de óbitos por DCV variou de 261 mil, em 2000, a 359 mil, em 2017, e no GBD 2017, de 292 mil a 388 mil nos mesmos anos, respectivamente. Observou-se alta proporção de códigos garbage definidos pelo GBD 2017 nas causas de morte por DCV, chegando a 42% em 2017. As taxas de óbitos por 100 mil habitantes estimadas pelo GBD variaram de 248,8 (1990) a 178,0 (2017). As taxas do SIM Bruto e do SIM Corrigido também mostraram redução para toda a série analisada, sendo que o SIM Bruto apresentou taxas mais baixas, de 204,9 (1990) e 155,1 (2017) óbitos por 100 mil habitantes. Ao analisar por unidade da federação, as tendências do SIM Bruto se invertem, com aumento das taxas de mortalidade nos estados das regiões Norte e Nordeste.
Conclusão – O estudo aponta a diminuição das taxas de mortalidade por DCV no período analisado para o Brasil. Ao contrário, na análise por unidade da federação, a variação porcentual do SIM Bruto foi de aumento para os estados do Norte e Nordeste. O uso dos dados não ajustados do SIM pode resultar em erros na interpretação, indicando aumento das taxas decorrente do aumento na captação de óbitos e da melhoria na definição das causas básicas de morte na última década, em especial nas regiões Norte e Nordeste, o que justifica sempre utilizar dados corrigidos na análise de mortalidade.
DOI/link
dx.doi.org/10.36660/abc.20190867
Autoria
Vínculo institucional
Lattes
Orcid
Deborah Carvalho Malta
Universidade Federal de Minas Gerais – Escola de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública., Belo Horizonte, MG – Brazil
Renato Teixeira
Universidade Federal de Minas Gerais Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, Faculdade de Medicina, Belo Horizonte, MG – Brazil
Gláucia Maria Moraes de Oliveira
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ – Brazil
Antonio Luiz Pinho Ribeiro
Universidade Federal de Minas Gerais – Centro de Telessaúde – Hospital das Clínicas/Departamento de Clínica Médica – Faculdade de Medicina, UFMG,4 Belo Horizonte, MG – Brazil