Data de publicação
Maio de 2017
Periódico
Revista Brasileira de Epidemiologia
Resumo
Objetivo – Analisar a mortalidade e os anos de vida perdidos por morte ou incapacidade (Disability-Adjusted Life Years – DALYs) por violências interpessoais e autoprovocadas, comparando 1990 e 2015, no Brasil e nas Unidades Federadas, utilizando estimativas produzidas pelo estudo Carga Global de Doença 2015 (GBD 2015).
Métodos – Análise de dados secundários das estimativas do GBD 2015, com produção de taxas padronizadas de mortes e DALYs. A principal fonte de dados de óbitos foi o Sistema de Informações sobre Mortalidade, submetido à correção do sub-registro de óbitos e redistribuição de códigos garbage.
Resultados – De 1990 a 2015, observou-se estabilidade das taxas de mortalidade por homicídios, com variação percentual de -0,9%, passando de 28,3/100 mil habitantes (II 95% 26,9-32,1), em 1990, para 27,8/100 mil (II 95% 24,3-29,8), em 2015. As taxas de homicídio foram mais altas em Alagoas e Pernambuco, e ocorreu redução em São Paulo (-40,9%). As taxas de suicídio variaram em -19%, saindo de 8,1/100 mil (II 95% 7,5-8,6), em 1990, para 6,6/100 mil (II 95% 6,1-7,9), em 2015. Taxas mais elevadas ocorreram no Rio Grande do Sul. No ranking de causas externas por Disability-Adjusted Life Years (DALYs), predominaram as agressões por arma de fogo, seguidas de acidentes de transporte e em sexto lugar lesões autoprovocadas.
Conclusões – O estudo aponta a importância das causas externas entre jovens e homens na morte prematura e em incapacidades, constituindo um problema prioritário no país. O estudo Carga Global de Doença poderá apoiar políticas públicas de prevenção de violência.
DOI/link
https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050012
Autoria
Vínculo institucional
Lattes
Orcid
Deborah Carvalho Malta
Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública, Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Maria Cecília de Souza Minayo
Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli, Fundação Oswaldo Cruz – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Adauto Martins Soares Filho
Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção à Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil
Marta Maria Alves da Silva
Departamento de Saúde Coletiva, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás – Goiânia (GO), Brasil.
Marli de Mesquita Silva Montenegro
Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção à Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil
Roberto Marini Ladeira
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Otaliba Libanio de Morais Neto
Departamento de Saúde Coletiva, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás – Goiânia (GO), Brasil.
Ana Paula Melo
Universidade Federal de São João Del-Rei – São João Del-Rei (MG), Brasil
Meghan Mooney
Institute for Health Metrics and Evaluation – Seattle, Estados Unidos
Mohsen Naghavi
Institute for Health Metrics and Evaluation – Seattle, Estados Unidos